Semana Nelson Silva: Memória, Cultura Popular e Afirmação Negra
Nos dias 29 e 30 de junho de 2012, acontece em Juiz de Fora a "Semana Nelson Silva".
Realizado
pelo Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva, pelo Instituto Cultura do
Samba e pela Associação de Reciclagem e Artesanato Lixarte, o evento
contará com a presença de convidados do Rio de Janeiro, São Paulo e São
Luís/MA, além de muitos juiz-foranos.
A
programação começa na sexta-feira, 29, às 18h, com a saída de um
Cortejo com participação do Afoxé Niza Nganga Njungo da Câmara Municipal de Juiz de Fora (no Parque Halfeld) em
direção ao Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (Av. Getúlio Vargas nº
200 - Centro).
Nesse espaço cultural, às 19h, a Mesa de Abertura
reúne os presidentes do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva (Flávio
Aloísio Carneiro) e do Instituto Cultura do Samba (Régis da Vila), o
coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (José
Marmo da Silva) e o blogueiro, ativista e militante de movimentos
sociais, Eduardo Guimarães.
A noite termina com uma homenagem aos
blogueiros Eduardo Guimarães (São Paulo) e Vinnicius Moraes (Juiz de
Fora), seguida de um momento de confraternização.
No sábado, 30,
também no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, após o credenciamento
dos participantes (das 8h30min às 9h), uma Mesa Redonda coordenada pelo
professor de História e Mestre em Ciências da Religião, Antônio Carlos,
reúne Adenilde Petrina Bispo (professora de Historia, militante do
movimento social e ex-coordenadora da Rádio Comunitária Mega FM),
Antônio Carlos da Hora (professor do Departamento de Comunicação da
Faculdade Estácio de Sá) e Vinnicius Moraes (jornalista, blogueiro,
especialista em Gestão de Processos Comunicacionais), para abordar o
tema: "O Negro na Mídia".
Às 10h40min, em um Painel, o psicólogo Marco Antônio Guimarães (Rio de Janeiro) fala sobre "Cultura e Identidade Negra".
O
período da tarde, intitulado "Batuque no Bar/Conversa Afiada", é
marcado por muito bate-papo e diversas apresentações culturais: Batuque
Afro-Brasileiro de Nelson Silva; Calango; Capoeira - Mestres Cuité e
Paulo Elias; Encantadora Odara Dandara; Folia de Reis "Rei Mago do
Oriente", dirigida por Mestre Nini; Grió; Hiphop e seus elementos -
Efeito de Rua, Harmadilha do Guetto e Zumbreak Avatar; Instituto Cultura
do Samba; Jongo - Caxambu Carangola e Recreio; Samba de Raiz.
Simultaneamente, acontece no local uma "Feira de Artesanato".
A
intensa programação da "Semana Nelson Silva" termina no "Ilê Abé Furanga
Ubafã Axexerê" (Rua Antônio de Castro nº 405, no bairro Ipiranga). Às
19h, uma Sala de Conversa aborda "A Importância da Religião de Matriz
Africana para a Cultura Brasileira", com a participação de Pai Jaques
(Terreiro Ilê Abé Furanga Ubafã Axexerê), Pai Alessandro Araújo Santos
(Tateto Delegi)- Santos/SP e Pai Cícero D’Abaluayê (Dirigente da Casa Kamafêu de
Oxossi, em São Luís/MA). Em seguida, Toque e Samba de Roda.
A participação na "Semana Nelson Silva" é gratuita.
Imperdível, não?
Sobre a "Semana Nelson Silva"
O
projeto tem como objetivo registrar a presença e memória do negro no
município de Juiz de Fora, além de promover a discussão sobre a
importância da promoção da igualdade racial considerando o Estatuto de
Igualdade Racial (Lei n º 12.288, de 20 de julho de 2010) que no
Capítulo II aborda o direito à educação, à cultura, ao esporte e ao
lazer.
A proposta recebeu o nome de "Semana Nelson Silva" por
conta de sua história e de ser ele um dos maiores ícones juizforanos.
Cantor, compositor, ritmista e regente, respirava música e dominava não
só o samba, mas as canções românticas, o bolero e o canto coral. A
partir do espetáculo "Aquarela Brasileira", o compositor eclético deu
lugar ao homem que usava sua obra para defender a temática negra na
ânsia de liberdade e igualdade.
Nelson Silva criou o Batuque
Afro-Brasileiro em 1964, com a finalidade de ser um grupo amador de
estudo e difusão de música popular brasileira. O Batuque constituiu uma
das grandes expressões da cultura negra e popular de Juiz de Fora, e ao
cantar as dificuldades e as esperanças dos antepassados, os integrantes
do grupo entoam suas próprias lutas, mantendo vivo o compromisso de
preservar as tradições culturais.
Fonte: Blog Vinnicius Moraes http://vinniciusmoraes.blogspot.com